Muita gente acredita que alta produtividade é sinônimo de trabalhar muito e se surpreende em saber que o Brasil ocupa a 81a posição no ranking das economias mais competitivas do mundo elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. O levantamento é uma espécie de termômetro do nível de produtividade e das condições oferecidas pelos países para gerar oportunidades e para que as empresas possam obter sucesso.

Após 4 anos consecutivos de perda de posições, o Brasil está, agora, abaixo de países como Albânia, Armênia, Guatemala, Irã e Jamaica, além de ter ficado ainda mais atrás de países como Chile (que subiu 6 posições, para 51º lugar) África do Sul, México, Costa Rica, Colômbia, Peru e Uruguai.

O relatório destaca que a economia brasileira foi afetada no último ano pela deterioração de fatores considerados básicos para a competitividade, como ambiente econômico, desenvolvimento do mercado financeiro e, principalmente, capacidade de inovação.

O Brasil tem marco regulatório atrasado, infraestrutura deficiente e qualidade humana deficiente. Isso tudo gera perda de produtividade. Mas o fator mais importante, para mim, é que não existe no Brasil a cultura da eficiência que envolve planejamento, análise de cenários e riscos, sinergias, fazer bem feito da primeira vez, e etc.

Tenho presenciado um exemplo clássico perto da minha casa esses últimos meses. Perto de onde moro, tem 3 condomínios de terrenos sendo construídos e tenho acompanhado a saga da chegada da infraestrutura básica até cada um deles.

Primeiro a CPFL (energia) veio para aumentar a capacidade instalada e para isso perfurou a cada 50m o assalto da recém duplicada avenida que conecta os empreendimentos à cidade. Além do inconveniente de parte da avenida bloqueada por semanas, o asfalto novinho foi remendado “daquele” jeito. Algumas semanas depois veio a NET (TV a cabo/internet/telefone) e, mais uma vez abriu o asfalto, mais uma vez transito e remendos de péssima qualidade. Depois veio a Comgás, seguida da Vivo e a CPFL mais umas duas ou três vezes e tudo se repetia exatamente da mesma forma.

Ainda não tenho certeza se acabou, mas o que eu tenho certeza é do custo e transtorno desnecessários que estas operações não planejadas e coordenadas geraram, além do legado do asfalto todo porcamente remendado que ficou para os usuários da avenida…

Alguém tem dúvida que estes condomínios iriam precisar receber energia, internet, tv a cabo, gás e etc? Ou seja, na avenida construída exclusivamente para conectar este condomínios não poderia ter sido planejada para receber os serviços de infraestrutura desde o início? Final das contas, todas as empresas gastaram mais para perfurar e remendar e o cidadãos ficaram com uma avenida de péssima qualidade. Quem ganhou com isso? O Brasil que não foi.

Em tempo: nos primeiros países do ranking se trabalha, de maneira geral, menos horas por semana que no Brasil.

O treinamento em gestão de projetos K3 estimula o mindset correto para alcançar altos níveis de produtividade.